quarta-feira, novembro 09, 2005

O ócio
O ócio se fez cio
Cio desse negócio
De estar ao ócio
Ai de mim, de flagrante peguei-me concretista!
Por hoje não. Quiçá por ontem
Era apenas para alertar-te
Do perigo do ócio que desejas
Daqui posso afirmar: longe de mim
Recomendar-te essa grande tribulação
Pensava eu ao vê-lo: Afoga-me!
E conduza-me a seu primo-irmão Sedentarismo
Quando durmi já não conseguia levantar-me
Tentava fechar qualquer fresta de luz
Artificial ou natural, só desejava um viés de oxigênio
Feneceu minha força, alegria não havia a muito
Não ansiava pela morte, é verdade
Ao menos que esta fosse garantia eterna de sono
Olhei o espelho e vi o ócio.
Cabelo maltratado, nariz grosso e engordurado
Apontavam um desleixo hipocondríaco viciante
Tudo estava tão corrompido em mim! A dama Senhorita Morte
Não aceitaria me aceitar
Quando tentava exorcizar todo aquele mal
A que atribuia ao Senhor Onipotente ócio
Minha vista exausta buscou um livrinho de inglês
Que apresentou-me você implícita nas entrelinhas
Subentendida nas escrupulosas lembranças
Nariz de camafeu empinado, levantando o véu para mim
Como há dois anos entre tudo isso?
Afoguei-me na cama em pensamententos concupiscentes
Já não era mais o ócio
Talvez o cio.

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