terça-feira, maio 26, 2015

Pertenc(x)e ao futebol

Do esporte bretão como metáfora da vida
Não é combinado, nada proposital. Mas a vida - ou suas enxurrada de acasos, acontecimentos, vácuos e inércia - teima em emparelhar, fazer analogias com o universo do jogo. Do jogo de futebol. E percebo que, no mesmo instante em que minha estimada agremiação carregava um saco de cimento nas costas no segundo semestre do ano passado, estava eu também, labutando, matando leões por dia, tentando encontrar foco que não fosse putaria, para superar leituras e exercícios físicos enfadonhos que me tirassem da zona da confusão de mais de quinze mil candidatos para vaga numa teta estatal. Consegui. Eles conseguiram também.
E, ao chegar ao meio do ano seguinte, o saco de cimento ficou para trás para eles. O berço esplêndido de uma zona de conforto conduziu a mediocridade que predominou em todo desempenho ao longo do ano até aqui, pois, brasileiros, só trabalham com superação com água batendo no pescoço. Para eles. Para mim.
Não consigo avançar em qualquer leitura, em nada que verdadeiramente me cative, pois nada parece me cativar quando se aguarda a aproximação da teta que parece cada vez mais próxima.
Então percebo que não se trata exatamente de falta de planejamento, indolência, má-fé ou similares. A fome nos move, infelizmente, nos saciamos com pouco e rápido demais.
Sobra a necessária ruptura, e isso não é necessariamente um mal em si. Pertence ao futebol.

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