quarta-feira, março 15, 2006

Memórias não tardam a despertar horas já há muito consumadas, durante a insônia não tarda uma hibernação tardia e antagônica. Fez-se prolongadas as incógnitas naquela mente e mesmo assim o soturno olhar castanho por si só ou à companhia dos escuros cabelos de pontas também castanhos, explicaria toda aquela confusão e angústias. Um pássaro alça ao vão vôo neste instante na janela apedrejada.
Vazio o abraço, insosso e cativante o sorriso, pois agora as rodovias entrelaçaram-se para levá-la ali, longe de ti. Vazou o eco daquele sussurro e a cidade já não se espanta com o sonoro e incerto sarcasmo de Natália. A narrativa não desenrola-se eloqüente, outrora talvez o foste, porém orações não exprimem a sutileza daqueles movimentos tão comuns a todos e tão pertinentes àquela figura pueril feminina, ninho da fértil cobiça animal pelo coito, cobiça minha, lúgubre compaixão à espécie humana. Repousa ao caos.
Delirante, refugou-se no famigerado ópio rotina, o qual permitira-o na perda da liberdade pessoal sobre o consentimento coletivo, a adoção de ludibriantes parâmetros de gozo, falsa satisfação válida por vinte e quatro horas, inútil ao entregar-se ao repouso da consciência na alcova à noite, inútil ao despertar de seus escrúpulos. Algo se desprende, neste instante.

0 Comments:

Postar um comentário

<< Home