sábado, abril 22, 2006

Fim de noite breve, por assim dizer


Vinte e um de abril e hoje andei de bicicleta. Por algum motivo optei por escrever frente ao jardim, ao sereno noturno e principalmente, lembrando o fato ‘ hoje andei de bicicleta’. Falta-me idéia agora. Vejo um inseto vagando pelas pedrinhas do jardim. MERDA! Não sou Vinícius tampouco Machado, longe também Marcelo.
Então devo divagar sobre o silêncio. Silêncio que aqui só interrompe-se pelo eventual canto dos pneus, aflitos por qualquer distração de seu condutor, à guiá-lo pelo concreto, ao menos torço por isso. Mentecaptos tendem a direcionar-se ao inferno, seja lá o que isso for. Escuto gritos distantes e por não conseguir discernir se trata-se de algum culto afro, um estupro, algum novo som do verão ou apenas meu inconsciente, encontro-me em uma pequena aflição. Volta o silêncio. Deveras ser meu incosciente. Essas linhas são desleais.
O ermo não tarda e sinto sem sentir cada viés do marasmo oculto na penumbra de cada segundo. Não há alegria nem tristeza, não há o caos tampouco a ordem, não há sexo nem a solidão. Quiçá alguma misantropia, de fato. Jogo a peteca àqueles portadores de sorrisos, lágrimas, asneiras qualquer. Aqui já se fez o sereno e não tarda de vir soprar o orvalho silente da palmeira.

Vem os passos
Fecham-se as horas
Melopéia inaudível
Exprimível, crível. Será?

2 Comments:

Blogger Marcelo said...

Este comentário foi removido por um administrador do blog.

maio 28, 2006 5:20 PM  
Blogger Marcelo said...

Incansável Zllatanov! Uma coerência textual digna dos maiores pensadores da língua portuguesa! Talvez tão grandioso raciocínio comparável com o fenômeno Camões, mas definitivamente único! Transpõe obstáculos e faz o leitor sentir-se à vontade e encantado com sua produção literária. Parabéns.

maio 28, 2006 5:24 PM  

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