quarta-feira, novembro 23, 2005

era apenas uma pergunta que por sinal já havia prometido a mim mesmo não mais fazê-la, tamanho o perigo, tamanho o embaraço.Se não podia reponder, por que tentar convencer a própria enviada?que cilada..
caí mais uma vez...posso fingir que foi apenas uma chance de preparar o discurso derradeiro que ainda estar por vir com a própria, mas não dá. Admito, assumo e tempero minha imbecilidade com alguma frustação do dia não ter sido lá dos mais poéticos. quando se gasta todo um dia vestindo-se de algum passado, tentando a todo custo durmir e ver o tempo correr, sinal de alerta dispara.
domirei sem saber se acordarei bem humorado, cansado, preocupado...apenas durmo,enquanto acordam meus escrúpulos disse o mestre Newman- com toda licença, precisei de você.

quarta-feira, novembro 09, 2005

Do que falam meus escritos
Do que falam meus escritos
Já não sei mais
De certo não há amor
Nem de longe melancolia
Ousei acreditar e fiz crer que havia nada
Mas o nada é liberdade de existir
Disseram outrora
Algo a ser preenchido
De certo não há liberdade ali
Fugaz e evasivo
Mordaz ou passivo
Tenaz por inativo
Assim se fez
E não se fará mais
Seus versos são registros
Sua aura apenas cronológica
Seus adjetivos substantivos comuns
Comuns aos gritos
Comuns como passarinhos
Comuns à mediocridade humana
Que aflora a cada desfecho sobre
Do que falam meus escritos.
O ócio
O ócio se fez cio
Cio desse negócio
De estar ao ócio
Ai de mim, de flagrante peguei-me concretista!
Por hoje não. Quiçá por ontem
Era apenas para alertar-te
Do perigo do ócio que desejas
Daqui posso afirmar: longe de mim
Recomendar-te essa grande tribulação
Pensava eu ao vê-lo: Afoga-me!
E conduza-me a seu primo-irmão Sedentarismo
Quando durmi já não conseguia levantar-me
Tentava fechar qualquer fresta de luz
Artificial ou natural, só desejava um viés de oxigênio
Feneceu minha força, alegria não havia a muito
Não ansiava pela morte, é verdade
Ao menos que esta fosse garantia eterna de sono
Olhei o espelho e vi o ócio.
Cabelo maltratado, nariz grosso e engordurado
Apontavam um desleixo hipocondríaco viciante
Tudo estava tão corrompido em mim! A dama Senhorita Morte
Não aceitaria me aceitar
Quando tentava exorcizar todo aquele mal
A que atribuia ao Senhor Onipotente ócio
Minha vista exausta buscou um livrinho de inglês
Que apresentou-me você implícita nas entrelinhas
Subentendida nas escrupulosas lembranças
Nariz de camafeu empinado, levantando o véu para mim
Como há dois anos entre tudo isso?
Afoguei-me na cama em pensamententos concupiscentes
Já não era mais o ócio
Talvez o cio.